A indústria está passando por uma mudança e tanto. Hoje, é quase uma regra incorporar a análise de dados e o uso de tecnologias avançadas de manufatura para tornar as máquinas mais inteligentes e ganhar em produtividade.
Esta revolução digital não inclui apenas big data, sensores e software. Como ficou claro na quinta edição do Barômetro Global da Inovação, esta transformação vem acompanhada pela incorporação de novos modelos de negócio, adoção de uma cultura interna colaborativa e de um espírito de startup, mais aberto ao processo de tentativa e erro.
“A inovação consegue contribuir para aumentar a produtividade quando existem outros elementos no ecossistema que permitem que a inovação transforme os processos de fabricação em escala industrial. Para isso, é preciso que os agentes – empresas, governo e agentes regulatórios, universidades, centros de pesquisa e tecnologia colaborem para que as inovações relevantes num contexto determinado possam acontecer e beneficiar a indústria”, explica Jasmin Eymery, gerente de Relações Públicas e Sustentabilidade da GE para a América Latina.
Para entender melhor como a indústria está inovando e criando soluções digitais para aumentar a eficiência e a produtividade dos processos, também conversamos com Isela Macía Bertran, pesquisadora da área de Software & Analytics do Centro de Pesquisas Global da GE. Confira.
Quais são as maiores tendências em inovação na indústria global?
Sem dúvidas, a manufatura está mudando e já observamos algumas tendências mundiais. Dentre elas, podemos destacar:
– Uso de novos materiais e nanotecnologia;
-Análise preditiva de dados;
-Manufatura aditiva, ou impressão 3D;
-Supercomputadores com altíssima velocidade de processamento e grande capacidade de memória;
-Uso de realidade aumentada e realidade virtual;
-Automação industrial e robótica.
“Todas essas tecnologias e campos da inovação têm o potencial de revolucionar a produção industrial e a manufatura. Mas, existe um consenso que, no momento atual, o que mais está influenciando o futuro da indústria são as inovações na área de automação e da robótica”, complementa Jasmin Eymery.
Quais são as tendências em inovação na indústria?
Como a inovação está influenciando o aumento da produtividade industrial?
A indústria está utilizando em larga escala a análise de dados e big data para aumentar a eficiência de diversas indústrias. Na GE, por exemplo, estamos trabalhando com máquinas conectadas, software e sensores em soluções para transporte, petróleo e gás, energia e saúde.
Com o uso desses instrumentos, conseguimos captar dados das máquinas para analisar como elas estão trabalhando e prever de maneira assertiva quando uma máquina vai apresentar algum comportamento anômalo ou necessitar de manutenção antes de que o problema ocorra. Em se tratando de uma indústria, isso nos permite garantir um aumento na produtividade, pois ajuda a analisar e otimizar processos, definir o melhor fluxo de produção, além de prestar auxílio na tomada de decisões – é possível, por exemplo, planejar o uso dos ativos e recursos da maneira mais eficiente.
Como a manufatura avançada e a revolução digital estão transformando a indústria?
A revolução digital e a manufatura avançada estão nos ajudando a integrar máquinas, processos, pessoas e a analisar dados armazenados nuvem de uma forma rápida e esta é a grande sacada da indústria no momento. Antigamente você olhava para os ativos de forma separada, pensava em melhorar um equipamento e não o processo inteiro. Hoje, nós temos máquinas monitoradas com sensores, ativos sendo rastreados em tempo real, soluções integradas na nuvem, centros de monitoramento remoto e acesso à informação de maneira dinâmica. Além disso, a manufatura aditiva traz benefícios como a consolidação de vários componentes em uma peça e o rápido desenvolvimento de novos produtos a partir de modelos 3D. Peças que demoravam meses para serem construídas, podem ser geradas em horas graças à manufatura aditiva. Setores como aviação e petróleo e gás já estão se beneficiando desta mudança.
Em um cenário incerto e competitivo, como a GE está encontrando novas soluções para novos desafios?
A GE conta com uma rede global de Centros de Pesquisas, com milhares de cientistas e engenheiros trabalhando para desenvolver soluções inovadoras. Nós apostamos e incentivamos muito a troca de experiências e conhecimento entre as todas as áreas de tecnologia e de negócios da companhia sem barreiras geográficas, criando novos modelos de negócios, o que chamamos de GE Store, uma possibilidade quase que exclusiva da companhia. Para resolver novos desafios, a resposta pode estar na adaptação de tecnologias de outros países ou utilizadas por outros setores, ou na criação de algo novo que atenda às necessidades do mercado brasileiro. Existem exemplos de soluções digitais desenvolvidas no Centro de Pesquisas do Brasil que estão sendo exportadas a outros países, como o Reino Unido.
O que falta para criamos um ecossistema favorável à inovação no Brasil? Quais são as ações da GE neste sentido?
No Brasil, ainda falta integração entre os agentes do ecossistema da inovação. Hoje, existem várias iniciativas, mas elas não se conversam da forma que deveriam. De um lado, empresas como a GE contam com centros de pesquisa e tecnologia e, do outro, as universidades estão desenvolvendo novas tecnologias e pesquisas acadêmicas sobre inovação, mas falta uma sinergia maior entre as partes. Acredito que com mais incentivo público e privado esta situação pode mudar. Outro desafio que enfrentamos aqui é, muitas vezes, a falta de infraestrutura de qualidade, que acarreta em custos elevados para a logística e indústria em geral.
Neste sentido, a GE tem um papel único no cenário brasileiro, porque unimos diferentes expertises e desenvolvemos soluções para diversos setores, além de contar com 21 fábricas e um Centro de Pesquisas no país. Isso nos coloca na linha de frente da inovação, impulsionando tendências e trazendo a revolução digital industrial para a América Latina.
Fonte: Business Leaders